quinta-feira, 12 de junho de 2014

Resenha: A Escolha



America Singer nunca quis ser da realeza. E quando se encontrou entre as Selecionadas, nunca imaginou que poderia conquistar o príncipe. Agora ela está entre as seis finalistas, e parece ter finalmente se decidido entre Aspen e Maxon.
Enquanto a Seleção chega na sua reta final, o palácio é cada vez mais ameaçado pelos rebeldes, tanto do sul quanto do norte. Em meio a todos estes ataques, há várias escolhas a serem feitas. Com quem America finalmente ficaria? E quem seria a escolhida de Maxon?

"Eu o amava. Era incapaz de apontar precisamente o motivo de tanta certeza, mas soube na hora, com a mesma certeza com que sabia meu nome ou a cor do céu ou qualquer coisa escrita em um livro. Será que ele também sentia isso?"

Eu estava louca para ler, e devo dizer que o livro foi uma decepção. 
Achei a história crua, superficial, simples demais. Não houve nenhum momento em que eu perdesse o fôlego, ou demonstrasse qualquer emoção aparente (e olha que eu sou bem sensível). A escrita de Kiera parece ter retrocedido entende? É como se ela tivesse pressa de terminar, e apenas fosse despejando vários acontecimentos sem aprofundar em nada. Há momentos na estória que poderiam ter sido fantásticos, mas não foram. Alguns personagens morrem, mas não há aprofundamento nenhum! Tudo que eu pensava era: eu poderia estar chorando pela sua morte, mas não estou!

Poxa, há livros que um fulano qualquer morre, mas a escrita é tão boa e tocante que eu acabo me emocionando. Isso definitivamente não aconteceu. Com a morte de alguém muito especial para America, eu achei que ela falaria mais sobre essa pessoa e sobre seu sofrimento com relação à perda. Mas não. Foi decepcionante, de verdade.



Outro ponto é a questão dos rebeldes. Foi - desculpe o termo - brochante. Tem uma parte em especial que eu achei que finalmente haveria ação, que finalmente America iria ter um contato com os rebeldes do sul...mas não! A Escolha foi aquele típico livro em que tudo dá certo no final, e tudo acontece muito rápido. E repito: sem aprofundamento nenhum! Isso me deixou muito brava e triste ao mesmo tempo. Também há revelações que poderiam ter sido chocantes talvez, mas não foram. 

Não se preocupe. As melhores pessoas sempre carregam alguma cicatriz.

Apesar disto tudo, eu devorei o livro. É uma leitura que flui, os capítulos voam. A escolha final atendeu as minhas preces! E se teve algum aprofundamento no livro, foi em relação às outras selecionadas - Celeste principalmente. Elise que passou as obras todas despercebida recebe um pouco mais de atenção, mas pouca. Kriss também 'surpreende' no final, mas nada muito chocante.


No geral, o livro foi razoável. Poderia ter sido incrivelmente fantástico, mas não foi. Faltaram detalhes demais. Uma obra rala, crua. Mas mesmo assim, eu gostei. Foi um bom final para a trilogia. (:

Isso não é um “felizes para sempre”. É muito mais do que isso."

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Picles e Castelos

Esse é um texto que eu fiz para uma amiga minha que já foi muito especial, mas que a vida fez com que nos separássemos. Porque a vida é assim não é? Os interesses mudam, e você começa a ver coisas que antes não via. Que antes não importavam. 

"Mas porque as coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para para ninguém"  As Vantagens de ser Invisível; Stephen Chbosky

Imagem retirada do We Heart It




























Como pudemos? 

Como conseguimos nos desintegrar tão rapidamente? É como se todos aqueles anos de risos e sorrisos virassem pó.

É como se tivéssemos construído um castelo de areia lindo, enorme e aparentemente firme, e então uma onda, a princípio tão pequena, tivesse vindo até nosso belo castelo e destruído-o com a força de um tsunami. 

A princípio, raiva. Raiva, ressentimento, indignação. 
Então o estopim, o ápice, a loucura de nossos atos e as consequências dos mesmos. 
E logo após as pazes! Bandeiras brancas para nosso ódio. 
Arrependimento por palavras ditas e pensamentos tidos. Lágrimas e abraços e promessas silenciosas de que poderíamos superar. De que iríamos superar. 

Então recomeçamos! Recomeçamos a construir nosso castelo. Porém havia um erro, um erro enorme: usamos a mesma areia - aquela que guarda em seus grãos, todo aquele sentimento ruim e energias negativas. E de que adiantava construir o novo, com o velho e ruim? Tínhamos que ter pego areias e ares novos. Tão brancos e puros quanto uma virgem. Mas não pudemos, não o fizemos. E o que construímos foi apenas uma torrezinha. Uma sombra do majestoso castelo que ali reinou um dia. 

E essa pequena torre, tão delicada e fraca, não poderia durar. 

Não dura.  Não durou. 

E o pior de tudo é que não ligamos! 

Apenas observamos os grãozinhos caírem aos poucos, com o vento que nossas risadas forçadas e incômodas soltam. Com o ar saído de nossos pulmões. E não há ressentimento, ódio, mágoa. Tampouco há amor. Apenas um imenso vazio que paira sobre nós dia após dia. E então damos as costas e seguimos em frente.

Estou surpresa.

Como é possível ver tudo ruir diante de teus olhos? 
Como é possível odiar alguém que um dia amou? 
E pior: como é possível não sentir mais nada por alguém que já se sentiu tudo, desde ódio a amor? 

Como?

Eu não sei! Só sei que senti tudo, tudo que nunca pensei que sentiria por alguém tão especial como você. 

Eu te amei. 

Percebi isso ao ver que você tem tantos defeitos que antes nunca me incomodaram. Defeitos que relevei, que nem sequer reparei. Defeitos que aceitei. Porque isso é amor. É aceitar alguém por completo. É o combo sabe? Vem tudo de bom e ruim, e mesmo assim é ótimo! Você era aquele picles que eu vivia pedindo pra mulherzinha do Mc Donalds não pôr no meu Mc Lanche Feliz, e mesmo assim lá estava! E eu comia, eu aceitava. Agora, o picles continua a vir, mas eu o separo. Não faço cara feia, não sinto ódio por ele. Apenas o deixo de lado e isso não me incomoda. 

É o combo, afinal. 
É o amor, no final.